*
Perdoe-me o destino se me nego ao conformismo,
se o pouco ou o incerto não me basta,
se procuro o riso no lugar da melancolia!
Perdoe-me a vida se não aceito dias breves,
nem mesmo pq acordo tarde e os lençois me prendem todas as manhãs
Perdoe-me o amor se não espero, se o meu coração bate duas vezes mais q o comum mortal
Perdoem-me... se vos deslizo...
"Pois, ao olharmos o cão tinhoso vemos também o cão que somos: o cão do medo, o cão da guerra, o cão colonizado, o cão colonizador, o cão coragem, o cão da decadência, o cão de fantasia, o cão da ingenuidade, o cão criança adulta, o cão fatalidade."
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Embriaguez
Embriagaste-me de amor,
nem percebi quanto bebia.
Só ao provar o teu calor
ao beber, aquele ardor,
compreendi o que sentia.
Após tanto tempo ausente,
de sentimentos abstinente,
foi com a tua embriaguez
que tive a minha lucidez.
Agora ando alterado,
até perdi a timidez.
Três shots de carinho,
uns copos de mimado.
Ainda tenho este vinho
que o meu coração fez,
só para ti amor...
... Este, é adoçado!
Este poema foi um dos seleccionados, juntamente com o "Saber a Mar", para fazer parte do evento "Poemália", que se irá realizar dia 12 de Junho, já no próximo domingo pelas 14 horas, na Bertrand do Forum Barreiro.
nem percebi quanto bebia.
Só ao provar o teu calor
ao beber, aquele ardor,
compreendi o que sentia.
Após tanto tempo ausente,
de sentimentos abstinente,
foi com a tua embriaguez
que tive a minha lucidez.
Agora ando alterado,
até perdi a timidez.
Três shots de carinho,
uns copos de mimado.
Ainda tenho este vinho
que o meu coração fez,
só para ti amor...
... Este, é adoçado!
Este poema foi um dos seleccionados, juntamente com o "Saber a Mar", para fazer parte do evento "Poemália", que se irá realizar dia 12 de Junho, já no próximo domingo pelas 14 horas, na Bertrand do Forum Barreiro.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
despe-me...
sim, quando penetras profundamente com o teu olhar
nas minhas palavras, no meu olhar,
despes-me
e agarras-me naqueles instantes em que te afastas
(foges)
acelera-me...
sempre, quando atravessas rapidamente com a tua boca
nos meus medos, no meu olhar,
aceleras-me
e queimas-me naqueles lugares por onde deslizas
(foges)
quinta-feira, 10 de março de 2011
Viagem ao Núcleo
Por entre conversas banais, típicas á mesa de um café,
tento afastar-me e viajar até ao núcleo.
Implodir palavras até tocar os pensamentos.
Admito que é uma jornada solitária,
mas não confundas com solidão.
Continuam a solicitar minha atenção.
São como um problema no motor de arranque.
Se me ignorarem, talvez consiga funcionar.
E quando abalar …
Nessa altura ninguém me segura.
Passo a Ser ausente, vêem-me por fora
mas não estou presente.
Contudo, vou ter de aguardar...
Outra vez o motor com problemas no arranque.
É então que decido voltar á mesa do café.
- Desculpa, não ouvi. Podes repetir?
quarta-feira, 9 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
FICO ALI
Perco-me por aí…Parece que nada permanece, de pé aqui.Deixo-me ir e acabo inebriado.Absorvido por palavras, olhares, pensamentos.Esboço um sorriso que se apaga,ao vacilar nesta peleja interior.Sento-me mas não quero ficar.Saio quando queria entrar...O meu mundo é calado.Tudo o que guardo cá [dentro]É clandestino para ti...Fico ali só, como encantado,
a sonhar que te tenho um dia.
Perco-me por aí…
Parece que nada permanece, de pé aqui.
Deixo-me ir e acabo inebriado.
Absorvido por palavras, olhares, pensamentos.
Esboço um sorriso que se apaga,
ao vacilar nesta peleja interior.
Sento-me mas não quero ficar.
Saio quando queria entrar...
O meu mundo é calado.
Tudo o que guardo cá [dentro]
É clandestino para ti...
Fico ali só, como encantado,
a sonhar que te tenho um dia.
a sonhar que te tenho um dia.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Saber a Mar
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Boca e Mente
Alimento incoerências...
Engulo o que sinto,
digo o que não penso.
São diferentes frequências.
Tanto minto, omito, como engano...
Violo a vontade
e rasgo palavras,
mutilo o pensamento.
Chego a casa em sangue,
mas falta-me o sono.
Contudo não largo o chicote,
quero sofrer mais um pouco.
Ainda não me dói o lombo
como acho que devia.
Queria?
Então prolongo o meu festim...
Auto-flagelação, porque não?
Finalmente a doer, começo a gostar.
Obviamente que persisto.
Serei masoquista?
Sádico, dupla personalidade.
Ou talvez...
Sejam só requintes de malvadez.
A mente, por vezes, entra por caminhos que de fora não
consigo ver, alheado que estou a observar o mundano...
Imagem - "O Grito" de Munch.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Sempre que ouço esta música, lembro-me de ti...
Sitiados - A Noite
Ela sorriu e ele foi atrás
Ela despiu-o e ela o satisfaz
Passa-se a noite
Passa-se a noite
passa-se o tempo devagar
já é dia
já é tempo de voltar
Aqui ao luar ao pé de ti
Aqui ao luar ao pé de ti
ao pé do mar
só o sonho fica
só ele pode ficar.
Pensamentos
Já o escrevi há algum tempo mas, neste momento, aplica-se na perfeição...
Sinto-me privilegiado por acreditar francamente que nada acontece por acaso.
E tudo tem uma razão de ser...
Que a vida tem o seu rumo e nós vamos optando, caminhando,
perdendo e vencendo ao longo do nosso destino.
Isto ajuda-me bastante a aceitar tudo aquilo que não controlo.
Todas as contrariedades que surgem no meu caminho.
Permite-me sentir gratidão por tudo de bom que me acontece.
Gratidão, que sentimento tão saboroso...
Agora, o grande desafio é perceber o que realmente depende de mim.
Por isso, trabalho, luto, conquisto, caio e levanto-me de novo.
Sempre de cabeça erguida.
De uma coisa tenho a certeza.
A vida ama-me e eu amo-te de volta.
Sinto-me privilegiado por acreditar francamente que nada acontece por acaso.
E tudo tem uma razão de ser...
Que a vida tem o seu rumo e nós vamos optando, caminhando,
perdendo e vencendo ao longo do nosso destino.
Isto ajuda-me bastante a aceitar tudo aquilo que não controlo.
Todas as contrariedades que surgem no meu caminho.
Permite-me sentir gratidão por tudo de bom que me acontece.
Gratidão, que sentimento tão saboroso...
Agora, o grande desafio é perceber o que realmente depende de mim.
Por isso, trabalho, luto, conquisto, caio e levanto-me de novo.
Sempre de cabeça erguida.
De uma coisa tenho a certeza.
A vida ama-me e eu amo-te de volta.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Agora!
Perpetuem-se memórias e esquecimentos
tudo num ápice,
[num fôlego só!
Projectem-se aspirações e derrotas
tudo num campo,
[numa batalha só
Horizontalizem-se os pontos de fuga e as perspectivas
tudo numa folha,
[numa linha só!
Recriem-se labaredas e cristais gelados
tudo num hemisfério,
[numa estação só!
Procurem-se…
tudo num olhar só!
e não menos que tudo… AGORA!
tudo num ápice,
[num fôlego só!
Projectem-se aspirações e derrotas
tudo num campo,
[numa batalha só
Horizontalizem-se os pontos de fuga e as perspectivas
tudo numa folha,
[numa linha só!
Recriem-se labaredas e cristais gelados
tudo num hemisfério,
[numa estação só!
Procurem-se…
tudo num olhar só!
e não menos que tudo… AGORA!
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
perdidamente...
Tenho por certa a incerteza de amar sem estranheza como se nada tivesse que saber nem requerer... como se quando o nosso coração nos escapa, imune aos nossos medos, nós nos reencontrássemos... perdidamente...
O desejo de ser cão
Algo não está bem quando surge o desejo de ser cão.
De urinar sem pudor num arbusto qualquer
Ou correr estupidamente atrás de carros
Sem ter uma responsabilidade sequer.
Algo não está bem quando receio o coração.
Pesa-me a consciencia, mas nego o sentir.
E acabo a fugir de um qualquer amanhã...
Isto só passa quando páro, olho para trás
E percebo que, na verdade, mais valia ter sido cão.
Felizmente, só por hoje… Não!
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Memos UM
As fotos, cábulas da memória
E não só elas…
ofereçam-se também os cheiros
dos lugares e dos perfumes
[guardados
e temos os sentidos acordados
E os sons, são despertadores
e não só eles…
provoque-se um toque de pele, na nossa pele…
ou um roçar suave de um beijo
[no rosto
e não há sono que nos chegue, aposto!
.
.
.
E não só elas…
ofereçam-se também os cheiros
dos lugares e dos perfumes
[guardados
e temos os sentidos acordados
E os sons, são despertadores
e não só eles…
provoque-se um toque de pele, na nossa pele…
ou um roçar suave de um beijo
[no rosto
e não há sono que nos chegue, aposto!
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Vida de Cão
"Quantos destinos nos abandonam ao entrarmos no caminho dos homens? Quantos caminhos abandonamos no destino que seguimos?
Invocamos o coro e a estrutura das tragédias para traçar o conflito que a todos nos percorre.
O conflito que se ergue entre aquilo a que aspiramos e aquilo que fazemos, entre o que lembramos e o que crescemos, entre o que amamos e o que tememos.
Pois, ao olharmos o cão tinhoso vemos também o cão que somos: o cão do medo, o cão da guerra, o cão colonizado, o cão colonizador, o cão coragem, o cão da decadência, o cão de fantasia, o cão da ingenuidade, o cão criança adulta, o cão fatalidade. Porque todos os gestos que desenhamos no exterior já aconteceram antes disso dentro de nós. E aquilo que ao mundo damos, seja morte ou seja amor, só a nós oferecemos em silêncio. Mas quando o destino nos escolhe, qual é o destino que escolhemos?"
Extraído do livro "Nós matámos o Cão-Tinhoso", de Luís Bernardo Honwana.
Invocamos o coro e a estrutura das tragédias para traçar o conflito que a todos nos percorre.
O conflito que se ergue entre aquilo a que aspiramos e aquilo que fazemos, entre o que lembramos e o que crescemos, entre o que amamos e o que tememos.
Pois, ao olharmos o cão tinhoso vemos também o cão que somos: o cão do medo, o cão da guerra, o cão colonizado, o cão colonizador, o cão coragem, o cão da decadência, o cão de fantasia, o cão da ingenuidade, o cão criança adulta, o cão fatalidade. Porque todos os gestos que desenhamos no exterior já aconteceram antes disso dentro de nós. E aquilo que ao mundo damos, seja morte ou seja amor, só a nós oferecemos em silêncio. Mas quando o destino nos escolhe, qual é o destino que escolhemos?"
Extraído do livro "Nós matámos o Cão-Tinhoso", de Luís Bernardo Honwana.
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