"Quantos destinos nos abandonam ao entrarmos no caminho dos homens? Quantos caminhos abandonamos no destino que seguimos?
Invocamos o coro e a estrutura das tragédias para traçar o conflito que a todos nos percorre.
O conflito que se ergue entre aquilo a que aspiramos e aquilo que fazemos, entre o que lembramos e o que crescemos, entre o que amamos e o que tememos.
Pois, ao olharmos o cão tinhoso vemos também o cão que somos: o cão do medo, o cão da guerra, o cão colonizado, o cão colonizador, o cão coragem, o cão da decadência, o cão de fantasia, o cão da ingenuidade, o cão criança adulta, o cão fatalidade. Porque todos os gestos que desenhamos no exterior já aconteceram antes disso dentro de nós. E aquilo que ao mundo damos, seja morte ou seja amor, só a nós oferecemos em silêncio. Mas quando o destino nos escolhe, qual é o destino que escolhemos?"
Extraído do livro "Nós matámos o Cão-Tinhoso", de Luís Bernardo Honwana.
"quando o destino nos escolhe, qual é o destino que escolhemos?" - não encontrei nunca melhor frase para a minha descrença no destino e a minha aceitação nas coincidências... obrigada por partilhares!
ResponderEliminarVárias vezes ao longo da minha vida, escolhi não seguir o destino que este escolheu para mim. Talvez por isso, andei tanto tempo desencontrado... Porque acredito que não dependo só do destino, mas principalmente do caminho que decido seguir neste.
ResponderEliminarE assim assumo as minhas vitórias, tal como as minhas derrotas. E desta forma, abro o caminho para a minha gratidão.